quinta-feira, dezembro 29, 2011

acção interna

Ela convida-o para entrar na sua casa e a casa afigura-se-lhe desde o início como uma casa de pecado.
A par da atmosfera quente e quieta do espaço proposto para aquele encontro, a rapariga ganha aos seus olhos a textura e o contorno duma mulher, que se expõe em calor e em romantismo, quando diz das festas e dos trajes sumptuosos, dos acontecimentos originais e das aventuras do espírito.
Há um excesso muito perturbador na forma como ela própria se descreve. Mas a grandeza não é hipérbole, antes real.
A rapariga tem tudo e tudo alcançou já, no que toca a possibilidades de conquista, de conquista da vida. A rapariga tem tudo para ser mulher. As situações que o seu corpo desenha ou em que ele se inscreve são mais elevadas e mais interessantes em todos os domínios.
Tanto o cavalheiro que encontrou para si como a transcendência cosmopolita que ela devora mas em que não se dilui parecem aparas dum esquisso de ficção.
O mais incrível para ele foi o facto de, apesar de o sonho ser a coisa que a ilumina (a coisa que ele não tem) e a podia desacreditar (a ele também), este ser o elemento que a esclarece e em vez de a encerrar e de a esgotar a potencia, como exemplo, como projecto único, como mulher e como musa.

2 comentários:

  1. Gosto de o ver por cá. Faz falta para os que o lêem tendo em conta que dificilmente o vêem. Nunca um cenário é totalmente idílico no que toca ao espectro feminino. Restam-nos os sonhos e muitas vezes nem esses cumprem.
    Quero a promessa de um copo cumprida caro amigo.

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  2. Bebamos esse copo no segundo dia do novo ano!
    Cada um paga o seu. (risos)

    Até já
    saudações finais
    assinatura

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