quinta-feira, dezembro 16, 2010

o próprio

Quando Jonas saiu da máquina, estava ressuscitado. Ouviu-se um ruído, um chiar muito forte, que a fez sair da sala, à mulher dele, desse Jonas que era outra vez vivo e novo e bem-parecido. Quando Jonas saiu da sala da máquina, a mulher não estava lá fora, o homem perdeu o significado da outra vida e começou a chorar.
A mulher não gostava do chiar da máquina, mesmo este chiar que lhe tinha trazido um homem, um marido, o mesmo de sempre, o que a enviuvara. A mulher mastigou o ódio: nem o engoliu nem o cuspiu, mas fez com ele uma papa, má de se mascar. A mulher de Jonas odiava-o por ele se ter matado; matara-se por medo dela, que tinha descoberto o seu envolvimento com a enfermeira Nanci e o queria matar. Jonas matara-se para que a víbora não o matasse. E a mulher devolveu-o, carregando no botão azul, para que o pudesse matar.
A mulher já matara Nanci e lamentou-se a um espelho para mãos pequenas o quão cara tinha sido a máquina; esperou pelo Jonas aqui ao pé do carro. Guardou o espelho. Quando a curiosidade trouxe Jonas cá fora, ela já tinha a arma na mão.
Antes de o matar, perguntou-lhe :
Sabes o meu nome já reparaste que não tenho nome já viste que quando as pessoas as pessoas precisarem de me conhecer a cara de a marcar de nunca a esquecer não vão ter nome para lhe dar já imaginaste e se fosse contigo ias gostar não ias mato-te aqui mato-te agora estás morto.
Jonas murmurou qualquer coisa mas não se percebeu. Às tantas a respiração parou.

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