domingo, março 11, 2012

ó soldado dos meus ais

Por mais que puxes plo lençol quando tentas sair da cama,
ele não rompe.
O lençol só estica, não paramos de puxar,
e eu não desisto de nos ter debaixo dele.

Estamos p'r' aqui.
E quando começa a fazer calor?

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

um contra o outro

Um tem saudades do outro. O outro não sabe o que tem.
Um e o outro entendem-se muito bem.
Um não gosta mais do outro do que o outro de um.
Um é mais bonito do que o outro.
Um precisa de espaço. O outro precisa de um.
Um não precisa assim tanto do outro.
Um não é coerente no comportamento que tem para com o outro.
Um tem mais em que pensar. O outro só quer pensar num.
Um não pára de telefonar, porque o outro atende sempre.
Um consegue rir com tudo, o outro só consegue rir com um.

Um diz ao outro para parar. A música não vai até ao fim.

Talvez cantemos a La Bohème, mas só o refrão, quando os timings coincidirem.

segunda-feira, janeiro 23, 2012

voyeuse

Podes fazer dois?
Na senhora surge um esgar de desafio quando faz esta pergunta.
Oh, claro.
A menina aceita, cheia de dúvidas.
Entram os dois.
Ela já está despida, eles vão-se despindo. Antes do total, ela apalpa os colhões e a pila de cada um, embrulhados em cuecas, por pouco tempo. Estão todos todos nus, as pilas murchas. A menina sorri. Perguntam-lhe se na cona, se no cu. Vão por partes.
Cona?
A menina aceita, cheia de dúvidas.
Eles não gostam de pêlos.
Cu?
Oh, claro.
As pilas incham. Então vai-lhe um, que bruto.
A menina não se queixa, hoje ganha a dobrar. Uma pila de cada vez. O único som é o dos colhões a bater nas imediações. O outro está a masturbar-se virado para um espeho onde se duplica o resto.
O homem lá dentro está farto e sai.
A menina ajeita-se, mas não precisa de se limpar, porque ele não se veio. Quem se vem é o outro, que no último instante se vira e se vem em cima do amigo.
O amigo não se queixa. Comparam as pilas, a menina não comenta. Não há grande diferença, só que uma é mais grossa e mais escura. A menina olha para a cona, pesarosa. Decide ir lamber a esporra dum nas costas do outro. Ainda não está tudo limpo quando eles se começam a aborrecer.
Cu?
Entram os dois.
Ela já está aquecida, mas dói-lhe muito. Eles insistem e apesar de estarem distraídos um com o outro parecem querer fazê-la sangrar. Não se vêm ao mesmo tempo porque um tinha acabado de se vir, em cima do outro, a menina sabe isto porque foi ela que lambeu. O outro, depois de se vir dentro dela, espera lá dentro, enquanto aquele investe, mais devagar. Estão os dois a gostar muito.
A menina não se queixa, hoje ganha a dobrar. A menina está cheia de esporra dentro de si, a que engoliu com a boca e a que engoliu com o cu. Escorre para fora quando eles já estão fora. Eles vestem-se um ao outro.
A menina ajeita-se, precisa de se limpar. Está a sangrar, porque está rota.
Saem os dois.
Estou a ver que podes.
A menina sorri.
A senhora esteve sempre lá.